movimento estudantil

Contribuição: Diversidade Sexual

11/09/2009 13:13

O debate sobre a Diversidade Sexual deve ser trazido para o Nono Congresso dos Estudantes da Unicamp tendo como pressupostos dois pontos fundamentais. O primeiro deles deve ser debater LGTTB pelo viés do combate às Opressões, o que nos leva ao combate de qualquer ato,  dentro e fora da Universidade, seja este feito em tom de brincadeira ou de maneira agressiva.

    O segundo ponto fundamental é o recorte de classes, pois a sociedade capitalista estrutura-se em cima de algumas bases e “pune” com a exclusão tudo aquilo que foge ao seu padrão monogâmico e heterossexual. Por isso, a luta contra o capital e a luta de combate às opressões devem ser tomadas  indissociavelmente.  A orientação sexual dos LGTTBs é tida como moralmente inaceitável pois afronta diretamente essa estrutura social que nos foi imposta pelo Estado e pela Igreja e que é fundamental para a manutenção do capitalismo – é ela que garante a (re)produção da mão de obra.      Neste período de crise, os LGTTBs, assim como as mulheres e os Negr@s somam 85,4% das demissões em trabalhos formais. Por isso, o combate a homofobia, ao machismo e ao racismo deve passar pelo enfrentamento às Reformas Neoliberais implementados pelos governos PT/PSDB.

    Atualmente, eles não são somente proibidos de demonstrações públicas de carinho, como também são alijados do convívio familiar, descartados no convívio escolar e  em seu ambiente de trabalho. Na grande maioria dos casos, é necessário esconder a orientação sexual para poder concorrer às vagas de emprego com iguais condições e, quando conseguem emprego, os LGTTBs ainda sofrem com piadinhas homofóbicas que, na verdade, são a demonstração pura de preconceitos enraizados socialmente. Estas piadas podem vir tanto de seus colegas, como de seus superiores, pois, em muitos  casos, os LGTTBs são vistos como menos capazes. Por estas razões, a expressão da sexualidade deste grupo fica restrita à determinados espaços, como as boates ou clubes LGTTBs. Estes espaços – assim como outros produtos voltados exclusivamente para este público – movimentam milhões naquilo que é conhecido como “Mercado Pink”. Porém, sabemos que o acesso à estes produtos é limitado pelas condições econômicas.

    Assim como nos demais movimentos, a ofensiva em cima deste grupo é imensa, principalmente por grupos de extrema direita, como os grupos neonazistas,  que espancam e matam dezenas de homossexuais e bissexuais, demonstração pura da intolerância e da barbárie da sociedade capitalista. E dentro das universidades isso não é diferente: os LGTTBs que não são excluídos no processo de ingresso pelo vestibular, são excluídos do convívio com os demais  e tornam-se motivo de chacotas e mais piadas. Esta opressão é notada com maior facilidade nos cursos considerados “masculinos”, onde a hostilização deste grupo é maior, o que, grande parte das vezes, desemboca em violência física.

    Por isso tudo,  devemos colocar, como pauta de reivindicação do movimento estudantil da Unicamp a luta pela criminalização da homofobia, como medida para coibir a violência; a garantia  de tratamento hormonal e redesignação sexual no SUS, garantindo, também, a formação dos profissionais da saúde e, dessa maneira, diminuindo as tentativas “caseiras” de modificação de seu corpo; luta por uma educação naõ -sexista e que respeite e trabalhe com a diversidade de maneira consciente, evitando a discriminação em sala de aula – que partem tanto dos  colegas como do próprio professor; equiparação dos direitos civis, garantindo o direito a união civil homossexual e o direito a adoção pelos mesmos procedimentos utilizados para casais heterossexuais.

 

Assinam esta contribuição:

Michel Fernando Pena – Letras 09

Thaís Machado Dias – Medicina 06

Ana Paula L. de Jesus “Anita” – Lingüística 09

Thalita Cristina de Souza Cruz – Letras 07

 

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    Estamos presentes em universidades como USP, Unicamp e Uniso, lutando contra o Reuni, o Prouni, a Univesp e a Uab, no combate às opressões e em defesa dos movimentos sociais.Neste ano, participamos do 8º CONUEE-SP, do 51º CONUNE, da jornada de luta comemorativa dos 25 anos do MST e muita da II Semana de Movimentos Sociais da Unicamp (organizada pelo DCE e centros acadêmicos), do 9º Congresso dos Estudantes da Unicamp, dentre outras.

 

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