O debate sobre a Diversidade Sexual deve ser trazido para o Nono Congresso dos Estudantes da Unicamp tendo como pressupostos dois pontos fundamentais. O primeiro deles deve ser debater LGTTB pelo viés do combate às Opressões, o que nos leva ao combate de qualquer ato, dentro e fora da Universidade, seja este feito em tom de brincadeira ou de maneira agressiva.
O segundo ponto fundamental é o recorte de classes, pois a sociedade capitalista estrutura-se em cima de algumas bases e “pune” com a exclusão tudo aquilo que foge ao seu padrão monogâmico e heterossexual. Por isso, a luta contra o capital e a luta de combate às opressões devem ser tomadas indissociavelmente. A orientação sexual dos LGTTBs é tida como moralmente inaceitável pois afronta diretamente essa estrutura social que nos foi imposta pelo Estado e pela Igreja e que é fundamental para a manutenção do capitalismo – é ela que garante a (re)produção da mão de obra. Neste período de crise, os LGTTBs, assim como as mulheres e os Negr@s somam 85,4% das demissões em trabalhos formais. Por isso, o combate a homofobia, ao machismo e ao racismo deve passar pelo enfrentamento às Reformas Neoliberais implementados pelos governos PT/PSDB.
Atualmente, eles não são somente proibidos de demonstrações públicas de carinho, como também são alijados do convívio familiar, descartados no convívio escolar e em seu ambiente de trabalho. Na grande maioria dos casos, é necessário esconder a orientação sexual para poder concorrer às vagas de emprego com iguais condições e, quando conseguem emprego, os LGTTBs ainda sofrem com piadinhas homofóbicas que, na verdade, são a demonstração pura de preconceitos enraizados socialmente. Estas piadas podem vir tanto de seus colegas, como de seus superiores, pois, em muitos casos, os LGTTBs são vistos como menos capazes. Por estas razões, a expressão da sexualidade deste grupo fica restrita à determinados espaços, como as boates ou clubes LGTTBs. Estes espaços – assim como outros produtos voltados exclusivamente para este público – movimentam milhões naquilo que é conhecido como “Mercado Pink”. Porém, sabemos que o acesso à estes produtos é limitado pelas condições econômicas.
Assim como nos demais movimentos, a ofensiva em cima deste grupo é imensa, principalmente por grupos de extrema direita, como os grupos neonazistas, que espancam e matam dezenas de homossexuais e bissexuais, demonstração pura da intolerância e da barbárie da sociedade capitalista. E dentro das universidades isso não é diferente: os LGTTBs que não são excluídos no processo de ingresso pelo vestibular, são excluídos do convívio com os demais e tornam-se motivo de chacotas e mais piadas. Esta opressão é notada com maior facilidade nos cursos considerados “masculinos”, onde a hostilização deste grupo é maior, o que, grande parte das vezes, desemboca em violência física.
Por isso tudo, devemos colocar, como pauta de reivindicação do movimento estudantil da Unicamp a luta pela criminalização da homofobia, como medida para coibir a violência; a garantia de tratamento hormonal e redesignação sexual no SUS, garantindo, também, a formação dos profissionais da saúde e, dessa maneira, diminuindo as tentativas “caseiras” de modificação de seu corpo; luta por uma educação naõ -sexista e que respeite e trabalhe com a diversidade de maneira consciente, evitando a discriminação em sala de aula – que partem tanto dos colegas como do próprio professor; equiparação dos direitos civis, garantindo o direito a união civil homossexual e o direito a adoção pelos mesmos procedimentos utilizados para casais heterossexuais.
Michel Fernando Pena – Letras 09
Thaís Machado Dias – Medicina 06
Ana Paula L. de Jesus “Anita” – Lingüística 09
Thalita Cristina de Souza Cruz – Letras 07
Campo Domínio Público de Movimento Estudantil
Diana (Campinas)
19 9466-0533 - claro
Bruno Modesto (Campinas)
19 8314-1323 - tim
Luis Stival (Franca)
16 91056532 - claro
Tanaka (Sorocaba)
15 8134-9136 - tim
Tiago Danção (São Paulo)
11 8038-2477 - oi
Isa (Florianópolis)
48 9655-8327 - tim
Camilo (Araraquara)
16 8150-2651 - oi
O campo DOMÍNIO PÚBLICO tem compromisso do com a defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e presencial, como um direito que deve ser garantido para toda a população. Acredita que o Movimento Estudantil precisa estar em constante sintonia com os trabalhadores em sua luta geral, defendendo seus direitos que estão sendo retirados pelos sucessivos governos neoliberais, processo ainda mais acentuado neste momento de crise.
Estamos presentes em universidades como USP, Unicamp e Uniso, lutando contra o Reuni, o Prouni, a Univesp e a Uab, no combate às opressões e em defesa dos movimentos sociais.Neste ano, participamos do 8º CONUEE-SP, do 51º CONUNE, da jornada de luta comemorativa dos 25 anos do MST e muita da II Semana de Movimentos Sociais da Unicamp (organizada pelo DCE e centros acadêmicos), do 9º Congresso dos Estudantes da Unicamp, dentre outras.