Ato contra a Corrução em Franca: Politização de um discurso normalmente vazio

Por Domínio Público Franca

No dia 21 de abril ocorreram diversas manifestações contra a corrupção por todo o Brasil e aqui em Franca não foi diferente. A ato na cidade contou com mais de 40 participantes, em sua imensa maioria estudantes, que mancharam por todo centro da cidade para demonstrar à população sobre as causas da corrupção em geral.

A manifestação começou umas 9:30 da manhã, no qual os participantes colocaram os cartazes na Concha Acústica da cidade, sendo que todos eles buscavam apontar as origens e consequencias dos atos ilícitos feitos por parte dos políticos.

Logo após, foi feito um círculo no qual os manifestantes começaram a discutir profundamente o que leva a acontecer os atos de corrupção. Chegou-se a conclusão que o financiamento privado de campanhas eleitorais é um dos responsáveis, pois a empresa que financia a campanha de determinado candidato, recebe, após ele ser eleito, benefícios em licitações ou qualquer outro privilégio vindo da esfera pública. Isso ocorre, por exemplo, em quase todas as obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas, onde se vê empreiteras que financiaram campanhas recebendo de volta o que investiram. Há, portanto, uma imensa confusão entre público e privado e essa é a raiz dos atos de corrupção.

Outro problema são as votações secretas do Congresso, no qual a troca de emandas entre partidos é enorme e isso ocorre porque algumas importantes votações são secretas e, por isso, não se fica sabendo qual foi o voto do parlamentar. Algo que demonstrou isso, até de maneira escancarada, foi a absolvição de Jaqueline Roriz [hoje no PMN] do processo de cassação que a câmara tinha aberto por recebimento de proprina. Detalhe: a deputada foi filmada recebendo o dinheiro ilícito, portanto tinha uma prova real para cassá-la.

São por estas razões que, todos que construíram o ato, chegaram ao consenso de que a corrupção não é um mero problema moral de um determinado indivíduo e sim fruto de todo um sistema que coloca sempre o privado na frente do público, o lucro na frente do bem-estar da maioria da população.

Depois do debate, a passeata correu o centro da cidade. Esquinas foram paradas por segundos com o intuito de que os motoristas e as outras pessoas que circulavam por perto pudessem ver o motivo da marcha. Muitos cantos e jograis contra os governos Municipal, Estadual e Federal ecoavam dos estudantes, a denúncia estava sendo feita e a população, que nos lugares passava, ao menos ouvia o recado.

A ato acabou umas 13:00 no mesmo lugar que começou, a Concha Acústica da cidade. Lá todos faziam o balanço do ato, que se mostrou positivo segundo as falas que foram feitas. Ao final, um clima de extrema fraternidade entre os manifestantes que compunham a bela paisagem da cidade de Franca