João Paulo de Toledo Camargo Hadler
doutorando em economia na Unicamp
Atualmente, poucos negarão a importância da questão ambiental, dadas as proporções globais e o potencial catastrófico atingidos pela deterioração da natureza como consequência da intervenção humana. O aquecimento global, o desmatamento acelerado, a destruição de ecossistemas e tantos outros problemas atingem a humanidade como um todo. Contudo, muitos partem de uma falsa colocação do problema, buscando formas de conciliar desenvolvimento e sustentabilidade. O debate se esvazia se não tivermos em conta o modo específico pelo qual sociedade e natureza se relacionam, o que remete à atual forma de organização da produção e do consumo.
No capitalismo, a produção não está orientada para a satisfação de necessidades humanas, mas pela busca do lucro. As mercadorias, ainda que sejam valores de uso, ou seja, objetos que atendem determinadas necessidades, só são produzidas à medida que permitem a realização de um lucro. A produção de valores de uso é subordinada à produção de valor. Para o capital, a busca do lucro, seu processo de valorização, não tem limites. Essa lógica imprime um caráter predatório ao processo produtivo, em especial quando o capitalismo atinge sua etapa superior, com grandes unidades operando com escalas de produção gigantes e concorrendo em nível mundial. Além disso, o consumo se submete à obsolescência acelerada como forma de criar ininterruptamente novas necessidades, redundando em desperdício e exploração irracional dos recursos naturais.
Essa lógica se manifesta com maior gravidade no capitalismo dependente. Na periferia do sistema capitalista, dada a situação de dependência e as especificidades da formação histórica, os grandes negócios se apoiam na superexploração do trabalho e na depredação dos recursos naturais. Esse é o sentido da legislação permissiva e da impunidade que transparecem no novo Código Florestal e no projeto de lei que sanciona o desmatamento desenfreado visto na Amazônia. Tais são as contrapartidas do crescimento econômico tão incensado, resultado das grandes obras que aprofundam a integração subordinada ao sistema capitalista mundial e dos negócios neocoloniais, avançando às custas de crescentes sacrifícios ambientais e humanos. O desenvolvimento sustentável, nos marcos do capitalismo, se revela como uma utopia irrealizável.
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Estamos presentes em universidades como USP, Unicamp e Uniso, lutando contra o Reuni, o Prouni, a Univesp e a Uab, no combate às opressões e em defesa dos movimentos sociais.Neste ano, participamos do 8º CONUEE-SP, do 51º CONUNE, da jornada de luta comemorativa dos 25 anos do MST e muita da II Semana de Movimentos Sociais da Unicamp (organizada pelo DCE e centros acadêmicos), do 9º Congresso dos Estudantes da Unicamp, dentre outras.